quinta-feira, 22 de julho de 2010

A REUNIAO NA AIC


Estivemos ontem na reunião da AIC. A intenção era estar lá só para ouvir. No entanto, citados, resolvemos meter o nosso bedelho. O tempo da intervenção em 3 miguados minutos, cronometrados com o devido rigor pela parlamentar presente, pouco deu para se mostrar o pensamento das pessoas presentes. Alguns efusivamente aplaudidos por que acreditavam piamente na eficiência do movimento, outros tiveram com resposta, como no meu caso, a um sonoro silêncio, porque as palavras não foram aquelas que realmente muitos gostariam de ouvir.

Agora, logicamente acomodado tranquilamente e de mãos dados com o mouse, fica mais fácil tentar dizer o que pensamos sobre esse movimento. Ele é excelente e deveria ter acontecido há mais tempo, talvez sempre e paralelo ao discutido muda campos, hoje um mau falado em sem conserto jovem de apenas 20 anos.

Deixou-se por muito tempo esse movimento caminhar sozinho, sem o devido contraponto por parte da sociedade. A população eleitoral foi deixada de lado e só lembrada ou provocada, de 4 em 4 anos, já que tinha sido convencida desse movimento contra as chamadas "elites". Mas essa mudança não aconteceu e como manter no seu canto essa força invisivel de votos e vozes.

Líderes comunitários combativos e propositivos que poderiam incomodar, foram "convencidos" com um DAS e a partir daí, funcionavam como meros despachantes dos bairros que representavam e apenas reguladores das demandas sociais daqueles que o tinham como suas lideranças.

Líderes de movimentos sociais, aí incluindo as sindicais foram muitas delas também cooptadas e o aplauso e concordância foram a tônica desse longo período. A cidade que era pobre ficou milionária, sem no entanto pegar para si a missão de melhorar a vida população, pois melhor que ficasse pobre, sob pena de deslocar da barriga para o alto da cabeça o seu dispositivo de pensar. Muitas vozes emudeceram. Depois outros métodos para acalmar essa mesma força teriam que ser produzidos. Eram as pirâmides que intermediavam a insatisfação do eleitor estabeleciam a ponte com o robusto cofre oficial. E eles eram "convencidos" de que tudo iria mudar nos próximos quatro anos, porque novos arautos da "verdadeira mudança" teriam que para isso chegar ao poder. Era trocar o antigo pelo mesmo.

O movimento caminhou pro lado e deu no que deu, nem se precisa comentar. Basta dar uma chegada nos arquivos dos matutinos da cidade, mesmo aqueles fiéis a seus patronos.Sete prefeitos em 6 anos, avião preto lotado, chefes do executivo afastado pela justiça e depois retornados ao cargo por que fora convencida de que uma liminar era o remédio provisório até que se tivesse certeza ou não de que havia se equivocado quando se defrontara com o texto legal que provocara o afastamento.

Chegamos ao fundo do poço, mesmo para aqueles que usam os métodos não republicanos para a sua permanência no poder. O custo hoje é muito alto por que os "convencíveis" aumentaram o seu preço e a contrapartida da garantia da permanência no poder por 4 anos já não mais se tem.

É uma boa iniciativa, é maravilhosa. Já deveria ter acontecido há mais tempo. Hoje, embora acreditemos que não seja, pode ser rotulada de oportunismo ou manobras aliancistas de bastidores. No entanto, esse tipo de movimento ele é contra outro que tem a idade de 20 anos e não pode se exigir dele resultado imediato. Nada de ansiedade ou açodamento. É necessário que se reaproxime da população, mesmo com a face ruborizada, mas com a capacidade de reconhecer possíveis omissões e/ou equívocos. Muitos de nós, atores dessa caminhada cívico-democrática teremos que explicar por onde e com que andamos ao longo desses vinte poucos anos. É necessário que novas e mais pessoas se aproximem para dar robustez e sustentação ao movimento. Entidades religiosas e de classe também tem que ser convencidas de que podem e vem caminhar junto. Há a necessidade de que se desloque da pedra para as comunidades e tentar explicar que apesar desse silente comportamento, há um outro modo de se relacionar com elas e que os seus nativos devem e podem tomar parte da administração viva dessa rica cidade, desfrutando das suas riquezes e não ficar à espreita das migalhas que vão cair da mesa oficial de quatro em quatro anos.

A contribuição não é muita. Pode ser meio ácida, mas estou dentro. Nosso destino é nossa escolha!

3 comentários:

Paulo Thomaz disse...

Meu caro Felix,

Gostaria de corrigir um equívoco no seu texto, logo na primeira linha. A reunião que aconteceu ontem, não foi DA AIC, mas sim, NA AIC. É importante dizer isso, porque não foi uma iniciativa da associação, mas sim de um grupo de partidos políticos que estão a frente desse movimento. Veja o texto no blog da AIC (www.associacaodeimprensa.blogspot.com).
Abraço, Paulo Thomaz. Diretor Administrativo e Financeiro da AIC.

felixmanhaes disse...

Meu caro Paulo Thomaz, me desculpe eu e a minha semântica não andamos bem das pernas. Mas o meu equívoco teve um resultado positivo - a sua visita.

Um abraço

Anônimo disse...

Não sou nenhum cientista político ou militante de nenhum partido mas concordo que chegou a hora! Só precisamos saber o que queremos como queremos e quando. Eu quero TUDOAOMESMOTEMPOAGORA. Lembro-me da canção do Som Imaginário dos anos 70 que dizia que no Nepal tudo é barato. Quem tem doa e quem não tem recebe. Se pediu está precisando. Peço pleno emprego, pleno ensino, saúde plena, felicidade aos borbotões, cultura pra dar e derramar, arte aos baldes,esportes da cabeça aos pés. Tudo ao mesmo tempo em todos os cantos agora. Vamos invadir a roça, a cidade, a praia, as escolas, repartições, praças, ruas, calçados. O céu, os jornais, rádios, televisões, internet, sindicatos, clubes de serviço... As canções... Enfim... É possível! Nós queremos! Nós podemos!

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