sábado, 31 de maio de 2008

A esperança é de que depois dessa longa noite de pesadelos, os maus políticos sejam eliminados nas urnas e que em um novo amanhecer, possamos enxergar além dessa escuridão novos gestores públicos, que sejam dignos de representar a parte maior e mais nobre da nossa população.

Amanhã eu Escrevo




quarta-feira, 28 de maio de 2008

Do jeito que você me olha, vai dar namoro?



Estivemos no Seminário do PSDB. Excelente iniciativa nessa convocação da sociedade para se interessar mais por política. Um verdadeiro namoro. No aspecto da oratória, até que foi muito bem, com algumas exceções, os bons continuam bons e aqueles que não tem o cacoete, estão melhorando. Ao nosso ver, do jeito que os possíveis nubentes se olham, pode até dar em namoro, no entanto, a população que é o pai e mãe da namorada/cidade de Campos, não sei se deve estar fazendo muito gosto com os moços que estão pedindo a mão da sofrida balzaquiana por núpcias anteriores mal celebradas e por interesse em surrupiar os seus cofres, em um autêntico golpe do baú.

Ao primeiro flerte, faltou aquele arrepio, aquela molenguesa que naturalmente se sente nesses amores à primeira vista: o toque mais charmoso que pode envolver uma união que ultrapasse tanto a sorte quanto a dor - a moralização da administração pública. Sabemos que nos primeiro encontros determinados assuntos são como broxantes e a corrupção funciona como um mau hálito que pode até inviabilizar um namoro eterno. Mas é inevitável, tem que se falar logo, sob pena de ter que ficar com a mão na boca pelo resto da vida, com medo de falar e exalar o mau cheiro.

Tem se a mania de academizar por excesso o debate e esquecer o que é mais importante - a idoneidade, o saber gastar o dinheiro público - nesse romance cívico para administrar uma cidade. Nas mãos do acadêmico mal intensionado, o orçamento pode ser até de 5 bilhões que não dá. Todavia, nas mãos de quem respeita o que é dos outros e o que é o outro, esses 1,5 bilhões dão de sobra e talvez até levar a namorada/cidade ao cinema e depois para jantar.

Até o FUNDECAM foi citado como exemplo de excelente modelo de gestão pública. Uma ova, meus caros debatedores. E como fica a inadimplência dos que tomaram dinheiro e deram o tomé nos cofres públicos, deixando vazios não só os galpões como a esperanças da população. Não se falou na criação de um conselho comunitário que fiscalizasse o uso e o retorno dos recursos fabulosos que nele são fomentados. Aí, restam o porre da Cana Brava e a porrada do rolo de macarrão da nascimorta na cabeça das viuvas da Duvenuto, na Baixa Grande. Falou-se que a exemplo do comércio, quando você trata mal o cliente ele vai embora e não volta. No entanto, a nossa população é até bem tratada com muitos shows. Mas quando cessa o último acorde das bandas, duplas e conjuntos, sobram a ressaca e o desconforto de que a maior parte dos recursos neles investidos foi para o bolso de poucos, não resultando em desenvolvimento, nem sequer crescimento cultural daqueles que os frequentam.

Não vai aqui prejulgamento nem sequer juizo de valores. No entanto, ao nosso ver, do jeito que nos olhamos pode até dar namoro, mas não aquele romance que inspira o "foram felizes para sempre". A cidade/namorada é maior que nós e os gestos de carinho, amor, responsabilidade e principalmente honestidade para com ela também tem que maiores.

Aí sim, meus caros palestrantes, pode até ser um insipiente ou incipiente gestor público. O remédio vai começar a aparecer nos postos médicos, as consultas vão estar à disposição para o dia em que a população sente a dor e não para possivelmente ajudar no seu enterro. O ingresso do paciente nos hospitais terá um leito respeitoso e não o corredor humilhante dos hospitais públicos, levados por amigos, porque até as ambulâncias sumiram nas manutenções milionárias. O trânsito será melhor organizado por aqueles que tentam em vão resolver o problema das vans.

A educação de qualidade colocará em salas iguais o estudante pobre e o rico, dando acessibilidade as Universidades, sem a necessidade da irresolvível questão das quotas. O emprego no município terá maior sustentabilidade com uma seleção e acompanhamento criteriosos dos recursos e renúcias fiscais fomentados pela municipalidade. A natureza irá agradecer se tanto o Executivo como o Legislativo cobrarem dos responsáveis pelo serviço concedido que ainda continuam jogando o esgoto in natura nas águas do nosso paraíba e quando a queremos beber, não há ISO que nos livre de ter que comprar galões de água mineral e purifique o seu santo líquido. Até a violência diminuiria, se a mãe/cidade/namorada tivesse como atender as necessidades básicas dos seus habitantes, retirando da clandestinidade e do tráfico os atuais e futuros filhos que buscam o seu ganha pão. É relevante o Partido, mas essa possibilidade de namoro eleitoral talvez deva se estender para outras siglas, como o PMDB, que esteve afastado do poder público municipal pelos últimos 10 anos, priorizando a questão da corrupção, de modo a dar a essa possível aliança o glamour e seriedade de um grande romance cívico.

domingo, 25 de maio de 2008

Será que me fizeram de Palhaço?


Tenho visto com uma certa frustração a guinada repentina dos blogs que se encarregaram de estartar o Movimento "Chega de Palhaçada". Ás vezes chego a imaginar: será que me fizeram de palhaço? Pouco se vê falar em qualquer outra iniciativa para dar densidade e sobrevida ao movimento. Penso que também os bloguistas, de alguma forma, também se desencantaram.

Como exemplo, o blog Urgente, ultimamente tem feito uma viagem pelo mundo da fotografia, linda por sinal, porém desviando todo o foco inicialmente incentivado pelos jornalistas que o compõem. Salvo engano, e isso é mais provável, alguma coisa aconteceu para que essa letargia se instalasse e nos fizesse companhia.

Não teria sido porque projetamos um vôo um pouco alto, sem a devida sustentabilidade da sua execução? Talvez devêssemos redirecionar o norte e talvez nos concentrarmos em uma terceira via que passagem pela garantia de elegermos um vereador ou mais vereadores (não importa o partido). Até porque Partido por Partido, se olharmos a sua filosofia e ideologia não dá nem para explicar as aberrações que hoje presenciamos. Alguém com um perfil de compromisso com a 3ª via, com um mandato com apoio popular ( dos bloguistas e entidades que se afinassem com a sua conduta que imaginamos seria independente, denunciativa e cumpridora do papel primeiro de um vereador), cuja visibilidade o credenciaria para um futuro não muito distante. Nomes já foram citados.

A grande questão é que aquela idéia inicial do surgimento de um nome que pudesse representar a 3ª via, sempre esbarrou, ora em questões orgânicas internas dos partidos, envolvendo maioria ou caciques, ora na ausência do espírito de renúncia de alguns nomináveis.Em meu blog coloquei duas histórias, que muito bem ilustram a sugestão. Deve existir entre nós pessoas de bem, idôneas, com tempo disponível, com relativa independência financeira, parece utopia mas não é, que pudesse se lançar, eleger-se e buscar todos os recursos inerentes ao cargo,que seria administrados por um conselho, para fazer crescer o movimento, como incubadora para a eleição de outros do mesmo naipe.

É claro que a nossa angústia nos leva a imaginar projetos mais ousados. Mas, diante dessa impossibilidade, por que não lançarmos mão do possível. De minha parte, quero garantir: Para um projeto dessa natureza eu garantia pelos menos um cem votos. Motivos e empolgação certamente teríamos para tal. Quem mais se habilita. Se formos 100, na média, teríamos em torno de 8 mil votos. Não é difícil conseguir esses votos. O que falta é a credibilidade, o passado limpo, a proposta sem personalismo, o querer o bem coletivo. Devo adiantar esse nome não seria o meu. Mas podem contar com o meu apoio.

sexta-feira, 23 de maio de 2008

Política e Futebol Duas Histórias que Podem ser lguais




PRIMEIRA HISTÓRIA




Zé do Povo fora dormir tarde naquele sábado. Afinal separar chuteiras, calções, meiões e as bolas, tomara um bom tempo seu, depois que chegou em casa. Bem aposentado, com bom salário e uma boa suplementação que conseguira após 30 anos de trabalho em uma Estatal, sua renda era complementada pela fundação da sua antiga Empresa, o que lhe dava uma boa folga no orçamento e independência financeira

Para ocupar o tempo ocioso, era uma voluntário na Escola Pública do bairro, onde fazia pequenos serviços de marcenaria, bombeiro hidráulico e pintor de paredes. Ao dormir, sua cabeça estava voltada para o final do campeonato soçaite para amadores, onde sua equipe chegara a partida final, com bom desempenho, o que lhe impedira de ter uma boa noite de sono. Mesmo assim, acordou com muita disposição. Após tomar o seu café, colocou o material no carro e partiu para o campo onde seria disputada a final.

Não abriu mão da sua tarefa de distribuir as camisas. Tinha muito prazer em entregar a camisa 10 para Afrânio, o artilheiro do time, que já estava sendo sondado para jogar em um clube profissional. E, mais uma vez, ele não decepcionou. Aos 40 minutos do segundo tempo ele mexeu no placar, fazendo um belo gol, que dava o título ao seu Esperança Futebol Clube. Com o apito final, ele teve a experiência de ver o mundo de cabeça pra baixo, ao ser lançado para o alto pelos jogadores do seu time, prestando-lhe a devida homenagem pela dedicação e apoio que dava a todos os membros da equipe. Depois que os jogadores tomaram banho, ainda no vestiário ele anunciou.

- Na saída, passem todos na mercearia do Sr. Gomes para a gente comemorar o título.

E isso tudo ele fazia, com muito prazer, arcando com a maioria das despesas do seu bolso, só pela satisfação de ver a bola rolando e pessoas felizes atrás dela.


SEGUNDA HISTÓRIA

Antonio Beque era vereador na Câmara Municipal da cidade. Naquele dia estava exultante de alegria. Mesmo em minoria, ele havia conseguido fazer aprovar o seu projeto que criava o Conselho Comunitário de Controle dos Gastos da Prefeitura. Com a sua aprovação, o projeto limitava as ações do desastrado Prefeito, uma vez que o orçamento passava a ser participativo, com uma atuação direta da população, dizendo o que gastar e em que gastar, estabecendo prioridades. Esse seu projeto já estava engavetado na Secretaria da Câmara, há mais de 4 meses. Foi quando pediu a população que o elegeu para fazer manifestações em frente à sede do Legislativo Municipal. Panelas, apitos, buzinas, quase impediam o discurso do orador que se dirigia aos vereadores, cobrando deles a aprovação do Projeto. Mas valeu a pena, era a quarta vez que aqueles quase 600 manifestantantes de bandeiras em punho pressionavam .

O Prefeito acabara de ser avisado por telefone pelo líder do Governo que o Projeto fora aprovado.

- É Sr. Prefeito, não teve jeito, o homem tem o apoio do povo!

Antonio Beque já estava no seu segundo mandato, sendo o mais votado da cidade. O seu partido, durante esses anos, havia aumentado em muito a filiação aos seus quadros. Afinal muitos queriam pertencer ao mesmo partido daquela liderança que já se tornara ídolo na cidade. Além disso, todos os recursos advindos do exercício do mandato, incluindo o seu salário, eram destinados ao crescimento do Partido e a ajuda a projetos comunitários da sua cidade.

Muitos o questionavam, alegando que todo aquele dinheiro poderia dar a ele e aos seus familiares uma vida com mais conforto e ele poderia viajar a lugares mais distantes, inclusive para o Exterior. Mas Antonio Beque tinha outras alegrias, que eram compartilhadas até pela sua família. A de ver o seu município, mesmo a contra gosto do Executivo, administrar os recursos públicos em benefício da população. E ele, indiretamente, se beneficiava já que a saúde, a educação, a segurança e os empregos na sua cidade, estavam bem melhores do que a cidade vizinha.


A NOSSA HISTÓRIA.

A cada vez que vejo na televisão um político dizer que acaba de ser escolhido o melhor prefeito do Brasil e, ao mexer na televisão, ver em outro canal um político de outro partido dizer o mesmo, não me impressiono. Na realidade nós sabemos quais motivos que levam esses institutos a dar esse título para dois políticos diferentes.

O que me impressiona é o desânimo e o desinteresse dos homens de bem chegando ao ponto de deixarem nas mãos dos canalhas a condução da política que, em última instância, é reflexiva sobre a vida de todos eles, influenciando sobre a saúde pública que colocam a sua disposição, hospitais sem vaga, ambulários sem datas para consultas e farmácias públicas sem remédio. Com esse desinteresse dos homens idôneos, a violência cada vez mais se acerca dos seus muros e ameaça constantemente pular para dentro das suas casas e roubar até o que de mais valoroso eles e a sua familia tem - a vida.

Quando o homem honesto deixa por conta dos malfeitores, dos saqueadores dos cofres públicos, a condução dos destinos da sua cidade, a escola pública sem professores e sem qualidade e constantemente em greve, é o que está reservado para os seus filhos, enquanto os políticos e seus apadrinhados frequentam, via "bolsas de estudos" as melhores escolas particulares e universidades, em uma total inversão de valores.

Aí, companheiros bloguistas, a exemplo da segunda história, deve haver entre nós e vou logo adiantando que essa pessoa não sou nem serei eu, a não ser que me obrigem, um "Antonio Beque" que possa materializar essa história, destinando parte do seu tempo para tocar um projeto similar, até porque a jornada de trabalho dos vereadores não passa de no máximo 24 horas por mês, assim mesmo para fuzilarem os interesses da população.

Está lançada a sugestão para ser discutida na Rede Blog. Só peço que não me chamem de louco ou de sonhador. Mas alguma coisa tem que ser feita e podem contar comigo. Chega de Palhaçada.


quinta-feira, 22 de maio de 2008

Política - o tempo é curto para conversas longas


O tempo de conversar está se esgotando e os entendimentos estão acontecendo. A imprensa anunciou e eu quero confirmar. Estivemos, sim, com o Roberto Henrique. Até porque, como justificam, o PMDB também faz parte da base aliada do governo federal. O que importa não é somente isso, mas sim que as discussões devem passar obrigatoriamente pelo fim da corrupção na politica de Campos e não pelo fato de fazermos vereadores. Não adianta fazer aliança pura e simples com quem tem gosto pela falta de escrúpulo, esquecendo-se dos compromissos e cumplicidades que desse tipo de acordo advêm, podendo gerar novos sonolentos na Câmara. Algumas intervenções pontuais tomadas pelo Roberto Henrique nos 43 dias de governo, nos animou a sentar com ele para esse tipo de conversa. Sabemos a priori que a indicação do seu nome passa irremediavelmente pela aquiescência do Garotinho. E ele não vai dar a vaga a quem quer e sim a quem ele achar o melhor e nessa opção o que vai apontar são as pesquisas. A indagação continua muito presente na nossa avaliação. Candidatura própria vai depender das pesquisas. Para se consolidar uma aliança, o grande impeditivo continua sendo a questão das siglas envolvidas abrirem mão das titularidades.Aí voltamos aquele velho tema: o da construção de uma alternativa que suplante todas essas conjecturas e que se constitua no novo que seja moral, idôneo e competente. A expectativa criada pelo "Chega de Palhaçada", infelizmente ficou aquem do que se produziu dentro de um tempo que insiste em não nos dar tempo...

quinta-feira, 15 de maio de 2008

Respondendo a Postagem II

Quanto à indagação de outro anônimo. Quero ressaltar que fui e sou um dos maiores entusiastas desse Movimento"Chega de Palhaçada", pela forma como ele surgiu - expontânea, sem caciques a dar ordem, sem chapas brancas a financiar - legítimo. Sou um dos que questiona o motivo pelo qual ele esfriou. Na minha avaliação, quando inclui o ingrediente Partido Político nos questionamentos, até porque essa é a via institucional para a materialização de qualquer projeto houve um esfriamento , tendo as discussões ficado tão somente nisso. Entendo que as duas atividades podem caminhar em paralelo, até como balisamento para as discussões internas nos Partidos. Quem der um espiada nos blogs, sugeri e não encontrei ressonância a inclusão dos Estudantes (não aqueles que são financiados pelos 3 grupos para montar cenários de contendas absurdas, incluindo o embate com Xana Carla), que dariam maior densidade ao movimento e eles são, em última instância, os grandes interessados em uma política e políticos de melhor qualidade, até porque o futuro os aguarda. E quando ele chegar, deverá haver maior empregabilidade, mais saúde, mais educação e menos violência. Também sugeri um protesto em dia de sessão da câmara, com panelaço, a fim de acordar desse sono profundo, os vereadores responsáveis por todo esse desastre cívico e policial da cidade. Independente do Movimento, tinhamos que tocar a vida interna do Partido do qual sou Secretário Geral. Mas a vontade de voltar ao Chega de Palhaçada é enorme e espero que ele não morra. Até porque para o futuro, se conseguirmos eleger algum vereador que tenha o nosso perfil, possamos usar dessa mobilização para dar a ele o apoio necessário na sua atuação naquela Casa, seja através de apoio a Projetos por ele lançados ou a protesto quanto ao engavetamento dessas mesmas proposições. Independente do andamento das conversas e/ou negociações que estão acontecendo, esse movimento deveria continuar da mesma forma, apartidário, embora a maioria dos seus componentes pentençam a alguma sigla.

Respondendo a Postagem I

A decisão do Diretório Municipal do Partido dos Trabalhadores é a de que o Partido explore, ao máximo, os prazos internos dado pela Nacional do Partido, para a decisão por candidatura própria ou aliança, devido à tipicidade das eleições municipais de Campos. Quanto ao apoio ao nome do Dr. Mackoul, quem compareceu à última reunião, ouviu do próprio que não necessáriamente, em havendo a opção por candidatura própria seria o seu nome, mas sim o nome que fosse o do consenso, citando na ocasião o nome do próprio Roberto Moraes. Aí, não podemos omitir o fato de que ele tem a maioria no aludido Diretório. No caso de aliança, eu defento que essa aliança se ocorrer, que seja com pessoas que pensem uma Campos diferente, tomando conta dos recursos públicos com a moral e a transparência necessárias.Quanto à participação no Movimento da Terceira Via, identificamos a boa vontade não só da sua liderança maior, como da maioria dos componentes do Diretório em estar conversando com essas lideranças que querem o melhor para Campos. Quanto à indicação ou não do nome do Dr. Mackoul, um fato importante e para isso, nós contribuimos de forma importante, foi a de colocar no mesmo ambiente Mackoul, Roberto Moraes e Luciano D'Angelo, onde as conversas já são produzidas em harmonia.

Respondendo a Postagens

Quanto à postagem do último anônimo, tenho a dizer que o companheiro Anomal, pela sua expresão dentro da sigla, ele visibiliza as conversas que estão acontecendo com os outros partidos, incluindo o PSDB. O ideal é que nessas conversas, haja a sensibilidade e a capacidade da autocrítica de enxergar quem são os companheiros, dentro dessas siglas, que realmente representam o grande clamor da população. Alguém que tenha o destemor e a honradez de administrar o bem público realmente como coisa que seja da população e não sua.Quanto a essa rejeição que é citada ao nome do Dr. Mackoul, fica a grande dúvida. Nas eleições de 2004 e 2006, mesmo sozinho e sem recursos, sem compra de voto, com o partido dividido e parte dele em outro palanque e, além disso, com os Ministros do Partido posando em fotografias com o inimigo, ele teve 34 mil votos e depois, da mesma forma, em 2006 ele ficou como terceira força de votos em Campos, suplantando o próprio Paulo Feijo. Com isso, não que esteja defendendo o Dr. Mackoul, até por que não tenho procuração para tal, mas é um tópico para análise da sua potencialidade eleitoral. Quanto às indagações de imperfeições à frente de algumas Instituições, o caminho seria denunciar Justiça. Mas parece que quem tentou esse caminho não tinha sustentação nem obteve êxito. Quanto à possível resistência que o mesmo tivesse produzido quando o Partido entrou no Governo Mocaiber, só uma pesquisa qualiquantativa poderia dimensionar essa afirmativa. Quanto ao mais, companheiros vai aqui mais uma vez um convite. Venham para o PT, venham produzir política dentro de um sigla que é democrática, não tem dono e a vez e a voz de qualquer um só depende de si próprio. Eu entendi isso, mudo o partido, mas não mudo de partido. Dentro de partidos com esse perfil, você pode impulsionar bons Políticos e aniquilar, ainda no nascedouro, políticos que tem a vesguice de não enxergar nada além do próprio umbigo e bolso.

domingo, 11 de maio de 2008

CAVALO SELADO OU BONDE


A velocidade com que a história nos registra como seus atores é muito mais lenta do que a nossa ansiosa expectativa de produzir as mudanças necessárias do seu curso. Somos testemunhas vivas dos fatos ao nosso redor. Com os resultados bons nos regozijamos, em relação aos deprimentes, nos revoltamos e a primeira iniciativa é estilingar severamente a atuação dos seus nefastos autores.No entanto, essa ação e reação crítica de pouco vale se nãos nos dispusermos a interferir, participar, atuar para mudar. Ao contrário, aumentará mais ainda a nossa indignação e a revolta.


No processo político não é diferente. Apontar, criticar, revoltar-se, xingar, pode ser uma excelente válvula de escape para não acumularmos enzimas nocivas ao nosso já combalido fígado e a todo organismo. Mas os efeitos práticos não acontecem, porque não estamos dentro dos mecanismos produtivos de políticas e políticos. Para interferir, temos que estar dentro. De fora, somos apenas simples e concordatos expectadores.


Aliás, pouco se vê nas Escolas, se falar da necessidade dessa participação efetiva dos cidadãos, afinal não fica difícil compreender que a própria educação depende da qualidade dos políticos que a provêm e a entendam como mola impulsionadora de progresso e crescimento humano. Também não temos dificuldade em entender que os postos de trabalho estão nas mãos dos políticos que fazem leis e administram o bem público. A saúde será preventiva e boa, se os políticos a entenderem de uma forma que se iniba a frequente visita da população aos hospitais, indo ao seu encontro, com ações que envolvam saneamento básico, controle responsável da natalidade e ensinamentos básicos de saúde.


Além disso, sabemos que a atuação desastrosa dos políticos produz uma diferença enorme na distribuição da renda e, em decorrência a violência hoje nos ameaça, por maior que seja a altura dos nossos muros, a blindagem dos nossos veículos ou até a quantidade de seguranças particulares que o nosso até duvidoso dinheiro possa bancar. Ao primeiro descuido, ela vem e nos come com meleca e tudo.Entendemos que todos os cidadãos teriam que participar da política. Não da para ser diferente, quando todas as suas ações refletem sobre nossas vidas.


Os partidos políticos são a via institucional dessa participação. Seja qual for, temos que nos filiar e participar efetivamente das suas ações que devem estar voltadas para trabalhar para a sociedade e em nome dela. Afinal de contas para isso ela lhe deu essa concessão. A identificação do melhor partido deve passar pela verificação criteriosa da sua tonalidade democrática. Ao verificar que algum parltido tem "dono" ou "cacique", caia fora. Alé você vai ser apenas uma garrafinha que é esvaziada ou cheia de acordo com os interesses deles. Eu pouco ou em nada você vai contribuir para efetivar as mudanças.


Nós particularmente escolhemos o Partido dos Trabalhadores porque identificamos nele essa tonalidade. É uma sigla que tem instâncias vivas e nelas o voto e a proporcionalidade são respeitadas e efetivamente postas em prática. Quer um exemplo. Disputamos uma eleição interna no final de 2007, perdemos a eleição. No entanto, a nossa proporcionalidade foi respeitada e observada. Fizemos 33 % dos votos e a nossa bancada é exatamente de 33%. Das 36 cadeiras no Diretório, 11 são do nosso grupo de oposição, incluindo 2 na Executiva. Mesmo constituindo minoria, somos ouvidos e podemos interferir nas suas ações.


Mas o que achamos fundamental no Partido, é a participação, é o estar dentro. Muitos companheiros, ao verem suas idéias ou pretensões vencidas, se afastam para de longe atirar impiedosamente naqueles que tiveram êxito no embate. Outros até mudam de Partido. No nosso entendimento tem que ser diferente. Mudamos o Partido, mas não mudamos de Partido, já que mesmo em minoria, temos direito ao voto e à voz e o direito de construir da melhor e menos danosa possível essa caminhada política, seja pelos caminhos de candidatura própria ou de aliança.


Quando nos afastamos dos ambientes do Partido e das discussões, ensejamos que a situação prossiga na sua caminhada e até nos seus equívocos. Se estivermos presentes, poderemos ser o contraponto nas avaliações dos equívocos. É lógico que a maioria é quem administra, mas também recai sobre os seus ombros o ônus dos desacertos.


No próximo dia 13, quem sabe não será um excelente momento para o retorno dessas figuras históricas e respeitáveis para darem a sua contribuição nessa busca de uma alternativa que seja diferente desse grupo que administra Campos há mais de 20 anos e que, apesar dos enormes recursos que entram em seus cofres, não souberam desenvolver com sabedoria e moral o nosso Município.


A escolha impõe sabedoria. Se optarmos por um cavalo selado, cujas clinas sequer alisamos e na montagem em pouco ajudamos no seu adestramento e encilhagem, é mais cômodo. No entanto, a montaria não nos pertence e, tão logo o dono a queira de volta, somos retiramos à força do seu lombo. Não seria melhor é ir de bonde, o Bonde da construção de uma História da qual não nos envergonhemos ou que nos sirva de ameaça do sono remorçado e mau durmido ou do alvorecer de palmas incovenientes ou do metálico vexatório nos pulsos.

sábado, 10 de maio de 2008

Porque o PT entrou e depois saiu do Governo Mocaiber

Transcrevemos aqui artigo do Dr. Mackoul publicado na Folha da Manhã:

Porque escolheu não fazer o cômodo, porém nefasto, papel de Pôncio Pilatos e assistir, de camarote, ao caos instalado na cidade, sem ao menos tentar contribuir positivamente.Poderia ter optado por ficar de estilingue sendo mais um vetor de boatos e disse-me-disses, mas, ao ser insistentemente convidado a participar da administração municipal, o PT decidiu botar a cara na reta mesmo correndo o risco de ser mal julgado, pois já havia fortes indícios de que nesse governo ocorriam práticas condenáveis, no que tange ao uso dos recursos financeiros da Prefeitura como acabou sendo denunciado pelo MP.Poderia ter entrado desde o início, caso tivesse resolvido apoiar Mocaiber no segundo turno como queria e atuou uma facção do partido. Não o fez porque era totalmente contrário à forma clientelista que elegeu Mocaiber. O PT de Campos, através de seu candidato, propunha um modelo político-administrativo no qual os cidadãos exercem o papel de sujeito na administração municipal; são chamados a opinar e escolher como serão aplicados os recursos de sua cidade. Afinal, esses recursos são de todos. Não são propriedade particular do prefeito e seus secretários. Ele é apenas um administrador eleito pelo povo e a ele deve satisfações.A aliança firmada entre o PT e o PSB em Campos levou meses para ser construída.Foram várias as reuniões entre o prefeito e as seguintes lideranças do partido: Hugo Diniz, Hélio Anomal, Odisséia Carvalho, Renato Gonçalves, Fabio Siqueira, Renato Barbosa e eu.Finalmente foi acordado que a Empresa Municipal de Habitação, Urbanização e Saneamento (Emhab) seria administrada pelo PT, tal e qual já acontecia com a recém criada secretaria de Petróleo e Bioenergia com o ex-vereador Renato Barbosa à frente. O prefeito também garantiu aos petistas as seguintes reivindicações: Receber as entidades da sociedade organizada; adotar o Orçamento Participativo; destinar 2 % do Orçamento municipal para o Fundo de Apoio à Pesquisa de Campos (Fapec); dar transparência às ações do governo; implantar o Cartão SUS (acabando com as filas), o Atendimento na Primeira Hora e apoiar os candidatos do PT à Câmara Municipal. ELE CONCORDOU COM TUDO ISSO! Mais ainda, FIRMOU COMPROMISSO de começar a colocar tudo em prática a partir de 1° de setembro.Fomos à luta e fizemos a diferença.Porque o PT rompeu com MocaiberNo governo, o PT empreendeu destacadas ações na Emahb, cujo carro-chefe foi conseguir regularizar a situação da Prefeitura junto ao Siafi, onde estava inadimplente, possibilitando, assim, o seu acesso a verbas federais destinadas à construção de milhares de unidades de Habitação Social, além de concluir algumas obras já iniciadas. Na área de Saneamento, realizou várias intervenções beneficiando, através da Implantação de Sistemas de Abastecimento e Construção de Poços Artesianos muitas comunidades da periferia. Na secretaria de Petróleo e Bioenergia estavam em andamento os seguintes programas: qualificar gratuitamente perto de 3800 pessoas, nas mais variadas áreas da “cadeia produtiva do petróleo”, em cursos como salvatagem e combate a incêndio, técnico em mecânica, caldeiraria, soldagem, etc, usando recursos da Prefeitura e do Plano Setorial de Qualificação Profissional (Planseq) do Governo Federal (já aprovados), planejamento da Feira Nacional de Negócios e Energia (Fennergia), apoio à instalação do Complexo Logístico de Barra do Furado (porto, estaleiro, etc) e celebração de um convênio com a Fundenor para mapeamento das empresas de 2ª e 3ª geração dos empreendimentos do Porto do Açu, do Complexo de Barra do Furado e da Refinaria de Itaboraí.No entanto, os demais itens firmados na aliança com o PSB, que dariam uma face mais ética, eficiente e comprometida com os anseios de todas as camadas sociais não foram contemplados, apesar das nossas insistentes cobranças ao prefeito desde dezembro de 2007. Diante disso, a executiva do PT, junto com os dois secretários e eu, solicitou ao prefeito uma reunião na qual ficou claro que ele não tinha interesse ou possibilidade de realizar essas mudanças.Fixamos a data limite de 14 de março para que isso acontecesse ou sairíamos do governo. O nosso sentimento, tal qual o da maioria da população era de desesperança e de que tudo continuaria como d’antes no Quartel de Abrantes.Aí chegou a Polícia Federal e a Justiça afastou Mocaiber e levou presos vários de seus colaboradores e secretários.O PT entrou nesse governo para tentar fazê-lo menos ruim para Campos e conseguiu.Não fez mais porque o dono da caneta parecia não estar muito ocupado com Campos.Talvez com Guarapari, Rio de Janeiro...

quinta-feira, 8 de maio de 2008

Lisboa, de Salazar. Campos, de Mocaiber


Em uma da reunião da Executiva do Partido dos Trabalhadores, com o Prefeito de Campos, Alexandre Mocaiber, realizado na Fundação Zumbi dos Palmares, me veio à lembrança a minha última viagem que fiz a Portugal e a Grécia, para participar de Congressos de Trabalhadores Telefônicos, pela IPCTT (Internacional de Trabalhadores em Correios e Telefonia).

Chegando à Lisboa, em uma sexta-feira, com a devida antecedência para participar, já à partir da próxima segunda-feira do Congresso, ficamos hopedado no Hotel Holliday In, no centro novo da capital portuguesa, bem em frente ao Campo do Sporting Lisboa, onde tivemos o prazer de encontrar o jogador Branco, tetra-campeão pelo Brasil, à época jogando em Portugal.

Além das conversas animadas e até acirradas com companheiros argentinos sobre futebol, no saguão do hotel, para sabeer quem foi melhor, Maradona ou Pelé, um fato interessante nos ocorreu naquela noite de de folga, na terra do Cabral, o outro.

Por sugestão do nosso anfitrião José Rodrigues, também trabalhador telefônico, fomos aconselhados a nos deslocarmos até o centro histórico de Lisboa, para conhecermos um pouco da história portuguesa. Confesso que além dos castelos, Portugal, mais precisamente Lisboa muito parece com o centro velho do Rio de Janeiro. Mas no percurso, um fato interessante ficou registrado na nossa memória.

Ainda por sugestão do José Rodrigues, fomos todos de metrô. No caminho, o primeiro embaraço. Quando nos aproximamos de uma autopista, esse é o nome que eles dão às suas ruas, paramos ao lado dela. Também os carros que vinham em nossa direção, também pararam. Olhamos e não vimos nenhum sinal. Ficamos indecisos, mas puxados pelo patricio, atravessamos calmamente a autopista. Quando chegamos ao Centro Histórico de Lisboa, ao saborear um bom e velho vinho, indagamos a respeito. Ele nos informou que em Portugal era assim mesmo, quando os pedestres tocavam com os pés a autopista, os carros paravam para que a gente passasse.

Todavia, ainda a caminho para o centro de Lisboa, um fato mais importante nos impressionou. Não que o metrô de Portugal fosse diferente, não. Lá também fica em baixo terra. No entanto, quando descemos até a Estação próxima ao Estádio do Sporting, nos supreendemos. Não haviam aquelas roletas, como temos no Rio de Janeiro e São Paulo. Era uma escadaria, com mais ou menos um 50 metros. Fomos quase atropelados por uma portuguesada que, em desabalada corrida, desceu os seus degraus e entraram no trem que acabara de chegar. A princípio ficamos assustamos, mas o José Rodrigues nos apontou um peque guiche, onde deveríamos comprar os nossos bilhetes. E pensei comigo. Se fosse no Brasil, os caras levariam até o trem.

Logo estávamos em uma velha hospedagem, onde para variar, pedimos bacalhou e vinho. Durante o jantar, o José Rodrigues nos contou. Aquilo que vimos no metrô era comum em Portugal, que naquela época acabara de ser preparado, com grandes investimentos, para entrar no Mercado Comum Europeu. Aqueles portugueses que vimos invadirem o metrô, tinham credenciais para o mês todo e era assim mesmo. No entanto, aleatóriamente, de vez em quando, um daqueles comboios eram desviados para uma linha auxiliar e uma inspeção federal acontecia. Quem não estivesse com a credencial ou com o bilhete, era cadastrado negativamente e não poderia usar mais o metrô em território português. E, se fosse apanhado pela segunda vez, era prisão sem direito à fiança.

Todavia, aquele procedimento cidadão dos seus patricios não era de agora, havia sido começado com o Presidente Augusto Salazar, nos idos 1940 a 1950. O nosso companheiro telefônico nos contou que o Salazar, quando ocupou a Presidência de Portugal, que tinha uma administração muito parecida com a que temos aqui no Brasil, resolveu verificar, por si mesmo, a quanto andava a administração do bem público português. O que ele fez. Travestiu-se de uma pessoa simples do povo, um pouco escorraçada, quase um mendigo e foi verificar o atendimento do funcionalismo público.

Ao chegar as 8 horas da manhã à Caixa de Pecúlio, que corresponde ao nosso INSS, ele aguardou na fila da Agência, até às 10 horas, horário em que a Chefe da Agência chegou para trabalhar. Como era o primeiro da fila, foi logo indagando da funcionária:

- Por que a senhora chegou às 10, se o horário de abertura da agência era às 8 horas?

A funcionária respondeu ao ancião de forma ríspida:

- Não é da sua conta. Se o senhor quer ser atendido, me diga o que queres?

Sem se alterar, o " velhinho" prosseguiu:

- Não, eu quero saber da senhora por que chegastes às 10, se o seu horário é às 8horas.

Mais irritada ainda, a moça retribuiu.

Olha, senhor, eu não estou aqui para brincadeira, se o senhor não quer nada, dê o lugar para outra pessoa. E logo se dirigiu ao segunda fila:

- Me dá licença, e o senhor o que deseja.

Mas o velhinho, impediu o atendimento e disse para a moça:

- Olha aqui, minha senhora, me deixa comunicar uma coisa, a partir de amanhã, a senhora e todos os funcionários deste posto estarão demitidos.

A senhora rindo, solicitou ao segundo da fila:

- E o senhor o que quer, eu não tenho tempo a perder.

O fato se confirmou, no dia seguinte, todos os funcionários daquela Agência foram demitidos. Aí, contou-nos o companheiro José Rodrigues, criou-se um pavor em toda a Portugal, com medo de que o "velhinho" pudesse aparecer em uma das filas de atendimento do serviço público.

Esta história nós contamos para o Sr. Prefeito, naquele encontro na Zumbi dos Palmares. Dissemos para ele que ele não precisava imitar o Salazar, mas que melhorasse a sua interlocução com a sociedade, totalmente abafada pelos seus assessores, que impediam que ele ouvisse as vozes roucas da rua que diziam que ele era um péssimo Prefeito. Certamente que ele deve ter imaginado que nós éramos algum companheiro idiota e que vivíamos no mundo da lua.

5 dias depois deste encontro, aconteceu o fatídico 11 de março, onde a Polícia Federal e o Ministério Público Federal efetivaram a operação Telhado de Vidro.

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