A velocidade com que a história nos registra como seus atores é muito mais lenta do que a nossa ansiosa expectativa de produzir as mudanças necessárias do seu curso. Somos testemunhas vivas dos fatos ao nosso redor. Com os resultados bons nos regozijamos, em relação aos deprimentes, nos revoltamos e a primeira iniciativa é estilingar severamente a atuação dos seus nefastos autores.No entanto, essa ação e reação crítica de pouco vale se nãos nos dispusermos a interferir, participar, atuar para mudar. Ao contrário, aumentará mais ainda a nossa indignação e a revolta.
No processo político não é diferente. Apontar, criticar, revoltar-se, xingar, pode ser uma excelente válvula de escape para não acumularmos enzimas nocivas ao nosso já combalido fígado e a todo organismo. Mas os efeitos práticos não acontecem, porque não estamos dentro dos mecanismos produtivos de políticas e políticos. Para interferir, temos que estar dentro. De fora, somos apenas simples e concordatos expectadores.
Aliás, pouco se vê nas Escolas, se falar da necessidade dessa participação efetiva dos cidadãos, afinal não fica difícil compreender que a própria educação depende da qualidade dos políticos que a provêm e a entendam como mola impulsionadora de progresso e crescimento humano. Também não temos dificuldade em entender que os postos de trabalho estão nas mãos dos políticos que fazem leis e administram o bem público. A saúde será preventiva e boa, se os políticos a entenderem de uma forma que se iniba a frequente visita da população aos hospitais, indo ao seu encontro, com ações que envolvam saneamento básico, controle responsável da natalidade e ensinamentos básicos de saúde.
Além disso, sabemos que a atuação desastrosa dos políticos produz uma diferença enorme na distribuição da renda e, em decorrência a violência hoje nos ameaça, por maior que seja a altura dos nossos muros, a blindagem dos nossos veículos ou até a quantidade de seguranças particulares que o nosso até duvidoso dinheiro possa bancar. Ao primeiro descuido, ela vem e nos come com meleca e tudo.Entendemos que todos os cidadãos teriam que participar da política. Não da para ser diferente, quando todas as suas ações refletem sobre nossas vidas.
Os partidos políticos são a via institucional dessa participação. Seja qual for, temos que nos filiar e participar efetivamente das suas ações que devem estar voltadas para trabalhar para a sociedade e em nome dela. Afinal de contas para isso ela lhe deu essa concessão. A identificação do melhor partido deve passar pela verificação criteriosa da sua tonalidade democrática. Ao verificar que algum parltido tem "dono" ou "cacique", caia fora. Alé você vai ser apenas uma garrafinha que é esvaziada ou cheia de acordo com os interesses deles. Eu pouco ou em nada você vai contribuir para efetivar as mudanças.
Nós particularmente escolhemos o Partido dos Trabalhadores porque identificamos nele essa tonalidade. É uma sigla que tem instâncias vivas e nelas o voto e a proporcionalidade são respeitadas e efetivamente postas em prática. Quer um exemplo. Disputamos uma eleição interna no final de 2007, perdemos a eleição. No entanto, a nossa proporcionalidade foi respeitada e observada. Fizemos 33 % dos votos e a nossa bancada é exatamente de 33%. Das 36 cadeiras no Diretório, 11 são do nosso grupo de oposição, incluindo 2 na Executiva. Mesmo constituindo minoria, somos ouvidos e podemos interferir nas suas ações.
Mas o que achamos fundamental no Partido, é a participação, é o estar dentro. Muitos companheiros, ao verem suas idéias ou pretensões vencidas, se afastam para de longe atirar impiedosamente naqueles que tiveram êxito no embate. Outros até mudam de Partido. No nosso entendimento tem que ser diferente. Mudamos o Partido, mas não mudamos de Partido, já que mesmo em minoria, temos direito ao voto e à voz e o direito de construir da melhor e menos danosa possível essa caminhada política, seja pelos caminhos de candidatura própria ou de aliança.
Quando nos afastamos dos ambientes do Partido e das discussões, ensejamos que a situação prossiga na sua caminhada e até nos seus equívocos. Se estivermos presentes, poderemos ser o contraponto nas avaliações dos equívocos. É lógico que a maioria é quem administra, mas também recai sobre os seus ombros o ônus dos desacertos.
No próximo dia 13, quem sabe não será um excelente momento para o retorno dessas figuras históricas e respeitáveis para darem a sua contribuição nessa busca de uma alternativa que seja diferente desse grupo que administra Campos há mais de 20 anos e que, apesar dos enormes recursos que entram em seus cofres, não souberam desenvolver com sabedoria e moral o nosso Município.
A escolha impõe sabedoria. Se optarmos por um cavalo selado, cujas clinas sequer alisamos e na montagem em pouco ajudamos no seu adestramento e encilhagem, é mais cômodo. No entanto, a montaria não nos pertence e, tão logo o dono a queira de volta, somos retiramos à força do seu lombo. Não seria melhor é ir de bonde, o Bonde da construção de uma História da qual não nos envergonhemos ou que nos sirva de ameaça do sono remorçado e mau durmido ou do alvorecer de palmas incovenientes ou do metálico vexatório nos pulsos.
12 comentários:
Sr. Félix Manhães, tenho lido as suas postagens e parece que dentro do PT o senhor é uma das pessoas que tem a maior coerência no trato político. Tenho verificado que dentro do Partido os "companheiros" ficam zangados quando são vencidos no voto e abandonam o barco. Como o senhor mesmo diz, democracia não se exerce assim.
Sr. Félix Manhães, tenho lido as suas postagens e parece que dentro do PT o senhor é uma das pessoas que tem a maior coerência no trato político. Tenho verificado que dentro do Partido os "companheiros" ficam zangados quando são vencidos no voto e abandonam o barco. Como o senhor mesmo diz, democracia não se exerce assim.
Felix Manhães
Confirme, por favor, se amanhã, às 19 horas, vai ocorrer à reunião do PT na ACIC. Tendo como pauta, o movimento pela Terceira Via. E se está reunião é aberta a pessoas não filiadas ao partido.
Obrigado
Tudo está confirmado, com exceção do local(ACIC), que já estava compromissada com outro evento. O local passa a ser a sede do Partido, à Av. Alberto Torres, 68, quase ao lado da Recebedoria de Renda Estadual. Horário 19 horas para filiados, membros do diretório, pre-candidatos a veredador pelo Partido e não filiados. Tem bastante espaço e democracia.
Segundo Fábio Siqueira em seu blog a reunião não é aberta a não filiados.
É um direito e é democrático o partido realizar uma reunião só com os seus filiados.
Porém, mostra uma grande insensibilidade com, relação ao momento que estamos passando.
Agora era hora de aglutinar todos que estejam buscando uma Terceira Via,independente de serem filiados ou não, em torno de uma proposta, para não se repetir os erros do passado.
Se o companheiro tiver interesse em comparecer, chegue lá e me procure, será o meu convidado. Outros partidos não exigem identificação na entrada da sede, por que o PT iria fazer isso.
Feliz Manhães
Quais foram as decisões tomadas ontem, na reunião do PT?
Eles vão participar do movimento por uma Terceira Via?
Ou estão tendendo indicar o Dr. Mackoul, de novo?
Felix Manhães
Esse movimento de pêndulo, que você e outros blogueiros estão tendo, com relação ao movimento, pelo surgimento de uma alternativa viável para as próximas eleições, está deixando todo mundo desanimado e “cabreiro”.
O que é que está acontecendo?
Vocês optaram por deixar de lado, o movimento que estava em ascensão, desde o ato Chega de Palhaçada, para tentar os velhos conchavos de bastidores dentro do PT. Só que surgiu um problema inesperado, o hoje todo poderoso e dono do partido Dr. Mackoul, por se achar o digno e legitimo representante da terceira via, não abre mão da sua indicação.
Apesar desse pequenino problema, não está na hora de retomar o movimento junto à sociedade campista? Para que possamos mostrar aos dirigentes do partido, o equivoco que será cometido, mais uma vez.
Sugiro que se promova um encontro dos simpatizantes, do movimento pela Terceira Via, em algum lugar público, como o auditório do CEFET ou de qualquer outra escola, para dar inicio a discussão de uma proposta e a organização do movimento. Convidando além da sociedade campista os filiados e membros dos diretórios do PT e PSDB.
Felix Manhães
Hoje, na Folha da Manhã, Helio Anomal se coloca como favorável a uma aliança com o PSDB, desde que seja com Dr. Mackoul na chapa.
É essa a posição do diretório do PT?
O diretório não vai discutir com a sociedade um projeto para Campos e o nome que melhor aglutine os insatisfeitos com atual situação de Campos.
Você acha que Dr. Mackoul, seria o melhor nome? Apesar de possuir uma resistência grande a seu nome, na área da saúde, devido a sua atuação a frente da UNIMED, Hospital Álvaro Alvim e da seção do CRM em Campos. Além da entrada desastrosa no governo Mocaiber, o que causou surpresa e indignação na maioria da classe média, que é o seu eleitorado em potencial.
Qual é a sua opinião, sempre sensata, sobre esse assunto e com relação a atual conjuntura política da cidade?
A decisão do Diretório Municipal do Partido dos Trabalhadores é a de que o Partido explore, ao máximo, os prazos internos dado pela Nacional do Partido, para a decisão por candidatura própria ou aliança, devido à tipicidade das eleições municipais de Campos. Quanto ao apoio ao nome do Dr. Mackoul, quem compareceu à última reunião, ouviu do próprio que não necessáriamente, em havendo a opção por candidatura própria seria o seu nome, mas sim o nome que fosse o do consenso, citando na ocasião o nome do próprio Roberto Moraes. Aí, não podemos omitir o fato de que ele tem a maioria no aludido Diretório. No caso de aliança, eu defento que essa aliança se ocorrer, que seja com pessoas que pensem uma Campos diferente, tomando conta dos recursos públicos com a moral e a transparência necessárias.
Quanto à participação no Movimento da Terceira Via, identificamos a boa vontade não só da sua liderança maior, como da maioria dos componentes do Diretório em estar conversando com essas lideranças que querem o melhor para Campos.
Quanto à indicação ou não do nome do Dr. Mackoul, um fato importante e para isso, nós contribuimos de forma importante, foi a de colocar no mesmo ambiente Mackoul, Roberto Moraes e Luciano D'Angelo, onde as conversas já são produzidas em harmonia.
Quanto à indagação de outro anônimo. Quero ressaltar que fui e sou um dos maiores entusiastas desse Movimento"Chega de Palhaçada", pela forma como ele surgiu - expontânea, sem caciques a dar ordem, sem chapas brancas a financiar - legítimo. Sou um dos que questiona o motivo pelo qual ele esfriou. Na minha avaliação, quando inclui o ingrediente Partido Político nos questionamentos, até porque essa é a via institucional para a materialização de qualquer projeto houve um esfriamento , tendo as discussões ficado tão somente nisso. Entendo que as duas atividades podem caminhar em paralelo, até como balisamento para as discussões internas nos Partidos. Quem der um espiada nos blogs, sugeri e não encontrei ressonância a inclusão dos Estudantes (não aqueles que são financiados pelos 3 grupos para montar cenários de contendas absurdas, incluindo o embate com Xana Carla), que dariam maior densidade ao movimento e eles são, em última instância, os grandes interessados em uma política e políticos de melhor qualidade, até porque o futuro os aguarda. E quando ele chegar, deverá haver maior empregabilidade, mais saúde, mais educação e menos violência. Também sugeri um protesto em dia de sessão da câmara, com panelaço, a fim de acordar desse sono profundo, os vereadores responsáveis por todo esse desastre cívico e policial da cidade. Independente do Movimento, tinhamos que tocar a vida interna do Partido do qual sou Secretário Geral. Mas a vontade de voltar ao Chega de Palhaçada é enorme e espero que ele não morra. Até porque para o futuro, se conseguirmos eleger algum vereador que tenha o nosso perfil, possamos usar dessa mobilização para dar a ele o apoio necessário na sua atuação naquela Casa, seja através de apoio a Projetos por ele lançados ou a protesto quanto ao engavetamento dessas mesmas proposições. Independente do andamento das conversas e/ou negociações que estão acontecendo, esse movimento deveria continuar da mesma forma, apartidário, embora a maioria dos seus componentes pentençam a alguma sigla.
Quanto à postagem do último anônimo, tenho a dizer que o companheiro Anomal, pela sua expresão dentro da sigla, ele visibiliza as conversas que estão acontecendo com os outros partidos, incluindo o PSDB. O ideal é que nessas conversas, haja a sensibilidade e a capacidade da autocrítica de enxergar quem são os companheiros, dentro dessas siglas, que realmente representam o grande clamor da população. Alguém que tenha o destemor e a honradez de administrar o bem público realmente como coisa que seja da população e não sua.
Quanto a essa rejeição que é citada ao nome do Dr. Mackoul, fica a grande dúvida. Nas eleições de 2004 e 2006, mesmo sozinho e sem recursos, sem compra de voto, com o partido dividido e parte dele em outro palanque e, além disso, com os Ministros do Partido posando em fotografias com o inimigo, ele teve 34 mil votos e depois, da mesma forma, em 2006 ele ficou como terceira força de votos em Campos, suplantando o próprio Paulo Feijo. Com isso, não que esteja defendendo o Dr. Mackoul, até por que não tenho procuração para tal, mas é um tópico para análise da sua potencialidade eleitoral. Quanto às indagações de imperfeições à frente de algumas Instituições, o caminho seria denunciar Justiça. Mas parece que quem tentou esse caminho não tinha sustentação nem obteve êxito. Quanto à possível resistência que o mesmo tivesse produzido quando o Partido entrou no Governo Mocaiber, só uma pesquisa qualiquantativa poderia dimensionar essa afirmativa. Quanto ao mais, companheiros vai aqui mais uma vez um convite. Venham para o PT, venham produzir política dentro de um sigla que é democrática, não tem dono e a vez e a voz de qualquer um só depende de si próprio. Eu entendi isso, mudo o partido, mas não mudo de partido. Dentro de partidos com esse perfil, você pode impulsionar bons Políticos e aniquilar, ainda no nascedouro, políticos que tem a vesguice de não enxergar nada além do próprio umbigo e bolso.
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