Transcrevemos aqui artigo do Dr. Mackoul publicado na Folha da Manhã:
Porque escolheu não fazer o cômodo, porém nefasto, papel de Pôncio Pilatos e assistir, de camarote, ao caos instalado na cidade, sem ao menos tentar contribuir positivamente.Poderia ter optado por ficar de estilingue sendo mais um vetor de boatos e disse-me-disses, mas, ao ser insistentemente convidado a participar da administração municipal, o PT decidiu botar a cara na reta mesmo correndo o risco de ser mal julgado, pois já havia fortes indícios de que nesse governo ocorriam práticas condenáveis, no que tange ao uso dos recursos financeiros da Prefeitura como acabou sendo denunciado pelo MP.Poderia ter entrado desde o início, caso tivesse resolvido apoiar Mocaiber no segundo turno como queria e atuou uma facção do partido. Não o fez porque era totalmente contrário à forma clientelista que elegeu Mocaiber. O PT de Campos, através de seu candidato, propunha um modelo político-administrativo no qual os cidadãos exercem o papel de sujeito na administração municipal; são chamados a opinar e escolher como serão aplicados os recursos de sua cidade. Afinal, esses recursos são de todos. Não são propriedade particular do prefeito e seus secretários. Ele é apenas um administrador eleito pelo povo e a ele deve satisfações.A aliança firmada entre o PT e o PSB em Campos levou meses para ser construída.Foram várias as reuniões entre o prefeito e as seguintes lideranças do partido: Hugo Diniz, Hélio Anomal, Odisséia Carvalho, Renato Gonçalves, Fabio Siqueira, Renato Barbosa e eu.Finalmente foi acordado que a Empresa Municipal de Habitação, Urbanização e Saneamento (Emhab) seria administrada pelo PT, tal e qual já acontecia com a recém criada secretaria de Petróleo e Bioenergia com o ex-vereador Renato Barbosa à frente. O prefeito também garantiu aos petistas as seguintes reivindicações: Receber as entidades da sociedade organizada; adotar o Orçamento Participativo; destinar 2 % do Orçamento municipal para o Fundo de Apoio à Pesquisa de Campos (Fapec); dar transparência às ações do governo; implantar o Cartão SUS (acabando com as filas), o Atendimento na Primeira Hora e apoiar os candidatos do PT à Câmara Municipal. ELE CONCORDOU COM TUDO ISSO! Mais ainda, FIRMOU COMPROMISSO de começar a colocar tudo em prática a partir de 1° de setembro.Fomos à luta e fizemos a diferença.Porque o PT rompeu com MocaiberNo governo, o PT empreendeu destacadas ações na Emahb, cujo carro-chefe foi conseguir regularizar a situação da Prefeitura junto ao Siafi, onde estava inadimplente, possibilitando, assim, o seu acesso a verbas federais destinadas à construção de milhares de unidades de Habitação Social, além de concluir algumas obras já iniciadas. Na área de Saneamento, realizou várias intervenções beneficiando, através da Implantação de Sistemas de Abastecimento e Construção de Poços Artesianos muitas comunidades da periferia. Na secretaria de Petróleo e Bioenergia estavam em andamento os seguintes programas: qualificar gratuitamente perto de 3800 pessoas, nas mais variadas áreas da “cadeia produtiva do petróleo”, em cursos como salvatagem e combate a incêndio, técnico em mecânica, caldeiraria, soldagem, etc, usando recursos da Prefeitura e do Plano Setorial de Qualificação Profissional (Planseq) do Governo Federal (já aprovados), planejamento da Feira Nacional de Negócios e Energia (Fennergia), apoio à instalação do Complexo Logístico de Barra do Furado (porto, estaleiro, etc) e celebração de um convênio com a Fundenor para mapeamento das empresas de 2ª e 3ª geração dos empreendimentos do Porto do Açu, do Complexo de Barra do Furado e da Refinaria de Itaboraí.No entanto, os demais itens firmados na aliança com o PSB, que dariam uma face mais ética, eficiente e comprometida com os anseios de todas as camadas sociais não foram contemplados, apesar das nossas insistentes cobranças ao prefeito desde dezembro de 2007. Diante disso, a executiva do PT, junto com os dois secretários e eu, solicitou ao prefeito uma reunião na qual ficou claro que ele não tinha interesse ou possibilidade de realizar essas mudanças.Fixamos a data limite de 14 de março para que isso acontecesse ou sairíamos do governo. O nosso sentimento, tal qual o da maioria da população era de desesperança e de que tudo continuaria como d’antes no Quartel de Abrantes.Aí chegou a Polícia Federal e a Justiça afastou Mocaiber e levou presos vários de seus colaboradores e secretários.O PT entrou nesse governo para tentar fazê-lo menos ruim para Campos e conseguiu.Não fez mais porque o dono da caneta parecia não estar muito ocupado com Campos.Talvez com Guarapari, Rio de Janeiro...
sábado, 10 de maio de 2008
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