A situação política de Campos chegou a um ponto em que a população não imagina que possa acontecer algo a mais nesse rosário de acontecimentos desastrosos que povoaram os meios de comunicação da cidade e que contribuiram em muito para denegrir a imagem da cidade no restante do País e, com a eficiência e velocidade dessa mesma mídia, vender a nossa péssima reputação para o resto do mundo.
Mas não é só isso, o estrago que esses desacertos fizeram na sociedade são muito visíveis e danosos. No custo benefício de um orçamento bilionário, a conta ficou devedora em vários ítens e podemos citar dentre outros, a saúde, a educação, a violência e a empregabilidade.
No caso mais atual em que vários servidores terceirizados foram e ainda vão ser jogados no olho da rua, ficou evidenciado essa mesma cidade rica não criou novas possibilidade reais de desenvolvimento, não tendo a oferecer outras alternativas de empregabilidade. Aliás, como sugestão para a nova Prefeita e o novo Presidente do FUNDECAM, importante seria que se fizesse um levantamento e posterior amostragem para a população, dos recursos investidos e da contrapartida dos postos de trabalho com as "muitas" indústrias que Campos recebeu nos últimos anos.
Aí deve se incluir a providência de se verificar, inclusive, se o retorno desses recursos aos cofres públicos ocorreram na proporção de sua remuneração justa e da manutenção de sua saúde financeira. Na economia, um dos segmentos que mais lucraram, apesar das crises foram os bancos e o FUNDECAM, mesmo com a sua função social de gerar oportunidades, também deve ser gerido como tal.
Alguém já disse que o melhor período para o Político ainda é aquele que ocorre entre a sua eleição e a posse, quando as energias positivas que as urnas lhe deram, é possível saborear os louros da vitória e do sucesso e em que tudo são flores. E é nesse período que esse político tem que estar atento ao sentimento da população, que apontam para uma mudança radical de conceitos e procedimentos na gestão pública.
Depois de eleito, o Prefeito normalmente se isola em seu gabinete escondendo desse mesmo eleitor a quem ele lhe apertou a mão, o abraçou e se compromissou. Ele fica do lado de fora, sem poder manifestar os seus pedidos. E é aí que a nova Prefeita tem que fazer a diferença. Ela deve estabelecer uma interlocução com a sociedade, ela mesma e ouvir dela as suas prioridades. Não necessariamente uma rua alfastada precede um posto médico bem montado e bem assistido e é nessa direção que ela deve caminhar. Que de vez em quando, respeitando a questão de sua segurança, que faça reuniões bem ampliadas com os moradores dos bairros, para ouvir dos seus moradores suas queixas e desejos. Um dia ou outro, fazer uma visita surpresa aos canteiros de obras, para ver se os recursos públicos ali investidos não estão escorrendo pelos ralos da ausência de fiscalização e da irresponsabilidade administrativa. Como quem não quer nada, como o povo gosta de dizer, fazer uma visita aos postos de saúde e verificar se os funcionários estão cumprindo o seu plantão e se os remédios não ficaram pelo caminho entre a Secretaria de Saúde e o estoque para distribuição à população.
A nova Prefeita vai ter à sua disposição, apesar de não ser montado por ela, uma peça orçamentária plena, que pode ser redesenhada pela vontade da nova Câmara que se instala e que pode dar-lhe exitosa sustentação governamental. Seu antecessor, por não ouvir a população, cometeu diversos equívocos e o resultado aí está para todos verem. Pior ninguém consegueria fazer e Campos espera uma mudança profunda na questão da gestão pública. Nada pode ser pior. Tem tudo para dar certo.
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