Olhamos em redor e vemos o tecido social, de que somos os fios, a romper-se em todos os sentidos. Em todas as direcções. Já não são só os fundilhos que estão gastos. É o próprio forro, que usamos chamar de "alma", que está roto. É notória a agonia de todas as telas que fazem o fato que somos, todos em conjunto. Estão corrompidas. Não pela usura. Mas pelo mau uso. Somos, com nitidez, um fato em desagregação. É visível, com muita nitidez, a morte de todos os valores sociais. Um atrás do outro. A família. A escola. A solidariedade. A honestidade. O escrupuloso cumprimento dos deveres cívicos. Cremo-nos apenas detentores de direitos. E julgamos todos os outros apenas sujeitos de deveres. Berramos, à direita e à esquerda, pela excelência dos outros. Esquecendo-nos de que a excelência tem sempre que começar em cada um de nós. O vocábulo excelência foi substituído pelo da exigência. Cega. Surda. Muitas vezes mais que surda. Absurda. Pare aqui um pedacinho para pensar, meu Caro Leitor. Que segurança - física, cívica, moral - acha que tem? Nenhuma, não é? Se tem filhos ou netos, aprecie a educação que estamos a dar-lhes. Péssima, não é? Se ainda se interessa pela coisa pública, que qualidade política tem ao seu dispor? Baixa, não é? Sendo a Justiça o seu último recurso, quanto confia nela? Pouco, não é? Se está atingir a terceira idade, que qualidade espera para ela? Nenhuma, não é? Quando está doente, como é que é tratado? Não é tratado, não é? Se precisa de um serviço assegurado pelo Estado, como é servido? Mal, não é? Há corrupção à sua volta? Claro que há. Conhece alguém que não pague os seus impostos? Claro que conhece. Abre os jornais ou liga a televisão e só vê notícias sobre tudo isto, não é? Claro que é....Se não fizermos algo assim, se não procurarmos, pelos nossos próprios meios, com as nossas próprias forças, melhorar "isto", nem um qualquer deus nos valerá. Temos apenas uma solução para "isto". Que alguém, tido por Deus, apontou: "levanta-te e caminha!". Ou caminhamos ou ninguém fará a jornada por nós. Ficaremos, para sempre, na pré-história do desenvolvimento humano, cultural, social e económico.Excerto da crónica LEVANTA-TE E CAMINHA - Magalhães Pinto
quarta-feira, 5 de novembro de 2008
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