terça-feira, 12 de agosto de 2008

HOMENAGEM AOS 216 ANOS DA SANTA CASA

Santa Casa, Misericórdia!
Santa Casa, Misericórdia!
Em teu ventre fiquei,
por um tempo que não desejei.
Horas, dias, sem dimensão,
conviver com você parece um século.
Teu corpo imóvel, retilíneo
me detinha com estranho afeto,
por um longo tempo me gerando,
como se fosse seu feto.
Abrigas em teu corpo
vidas, almas, sortes, desgraças e fim.
Teu cliente pode ser qualquer um.
A hora chega e você é o refúgio.
Lugar certo para as incertezas.
Teu leito é a saída ou apenas o limiar.
A hora e o agora podem ser o último.
A espera, daqui a pouco,é a porta ou a pedra.
Trabalhas com vida e morte,
com a simplicidade de quem é íntimo
e as vezes não ligas
para o que no ventre levas.
Casa, enquanto me recebe
Santa, quando estou de saída
Misericordiosa, quando me protege
e me devolve para a vida.
Santa Casa, misericórdia!

2 comentários:

Gustavo Rangel disse...

Como esse mundo é pequeno meu caro...fico feliz por suas palavras e por ter conhecido meu pai e minha mãe. Cada vez que alguém fala dele, tenho a certeza de quem ele foi. Abraço grande meu amigo!!!

Anônimo disse...

Não conhecia esse seu lado poético, meu caro Félix. Linda homenagem a essa anciâ da saúde de Campos, tão mal tratada ultimamente pelos governantes.

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