terça-feira, 21 de agosto de 2007

faro jornalítico

Certa ocasião, quando apresentávamos O Programa ¨HORA DO TRABALHADOR¨, em uma Emissora de Rádio de Campos e entrevistávamos o então candidato à Presidente do Sindicato dos Profissionais e Servidores Públicos Municipais, Lailson Rangel, que postulava o cargo que era ocupado pelo então Presidente Boné, a entrevista descambou-se para algumas críticas mais ácidas ao Prefeito da época.



Para nosso espanto, o gerente da Rádio mandou que o operador de áudio tirasse do ar o Programa. Chamados à sua sala, fomos informados que deveríamos maneirar nas críticas, já que a Prefeitura era um grande anunciante da Emissora.



De volta ao microfone, já que concordamos com as orientações do Gerente, demos a seguinte informação: ¨Senhores ouvintes, estivemos alguns minutos fora do ar porque criticamos um grande anunciante da Rádio...¨Aí não teve outra alternativa, foram obrigados a deixar que terminássemos o Programa, pelo menos naquele dia.



Estou narrando este fato para aqueles que tem o costume de todas as manhães ler os jornais de Campos. Por menor que seja o seu senso observativo,vai perceber que a linha editorial e redacional são muito evidentes e são claramente norteadas, mais pelo interesse financeiro de quem financia sua edição, do que pelo faro investigativo e descritivo dos fatos diários da nossa cidade.



Exemplo disso evidenciou-se nas últimas semanas em Campos. Para onde teria ido o Prefeito da Cidade. Não vai aqui nenhum juizo de valor. Todavia, se um jornal levantou a bola de que o Prefeito estava desaparecido, não seria o papel de todos os outros matutinos se dedicarem à tarefa maior de seus jornalistas em fazer a investigação e clarear os fatos.



Não foi isso que se observou. Os jornais que atualmente recebem um maior volume de recursos da Prefeitura em suas contas de propaganda, nem no assunto tocaram. Pelo contrário, na sua linha redacional, parecia que tudo não passava de uma farsa montada pelo concorrente. O acompanhamento dos fatos dava a entendeder que o Prefeito estava realmente em Campos, ou quem sabe no Rio ou em São Paulo, cuidando de interesses da cidade. É neste momento que o leitor precisa do faro e da responsabilidade investigativa e jornalística de quem faz a cobertura dos fatos. Isso, se a exemplo daquele Programa e daquele Gerente, não estiverem realmente impedidos de exercerem a sua profissão com liberdade.

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