Ontem fui até ao CINEMAGIC, no Shopping 28 de Março, para ver o filme AVATAR. A fotografia, os efeitos especiais, nada ficam devendo ao TITANIC, filme do mesmo Diretor. É um espetáculo que aconselho as pessoas a verem. É um a maravilha saber da possibilidade de existirem outros planetas cujos habitantes temham maior responsabilidade para tomar conta do seu mundo, sua gente, sua natureza.
Ao sair do cinema, o que ficou gravado em minha memória não foi só o filme em si , mas um outro fato. Terminado a sessão, como éramos assistentes das primeiras filas, fomos os primeiros a sair. Quando chegamos ao saguão do cinema, levei a mão a bolso e lá a minha carteira já não estava mais. Eu a havia perdido com todos os documentos e com alguns trocados, que sobraram da farrinha com sacos de pipoca a 7, refrigerantes a 3, mais duas entradas a 14.
Imaginem você voltar na contra mão do fluxo de pessoas naquela costumeira penumbra. Enquanto esbarrava em alguns, já dava como perdida a carteira, e imaginava o trabalho para tirar novos documentos. Para minha surpresa, quando já chegava ao limiar da entrada da sala exibição 2, uma mocinha, dos seus 12 a 13 anos atravessou em meio aquela quantidade de gente e me abordou:
- Moço, aqui está a sua carteira!
Agradeci e coloquei no bolso.
No caminho de volta pra casa, cheguei a uma conclusão. Nem tudo está perdido. É só entregar o nosso mundo à milhões de mocinhas e mocinhos com aquele modo de ser. Fico imaginando a casa onde ela mora, as pessoas que lhe ensinaram proceder dessa forma. E isso é emblemático, quem devolve uma carteira, tem um conceito diferente daqueles que hoje tomam conta da coisa pública, principalmente os políticos, muitos deles metendo a mão no nolso bolso.
Com poucas exceções, temos que ceder a vez, sair da frente, seja em qualquer ramo de atividade humana. É preciso produzir mais mocinhas daquele jeito. Se alguém a fez assim, é verdade que existe uma forma para produzir muitas delas e ai, deixarmos por conta deles.
Sabemos que a princípio eles terão que botar um lenço no nariz para se aproximarem de nós, mas com o tempo, quando a maioria das peças forem trocadas e a higienização for completada, aí sim, teremos a nossa Pandora.