sexta-feira, 28 de setembro de 2007

GANHEI O MEU DIA

Hoje recebi em minha casa uma visita de alguém que me fez ganhar o dia. Há algum tempo que não o via. Enquanto o cumprimentava, me vieram à mente os quase 30 anos que caminhamos juntos em jornadas das mais difíceis. Um dia, ele comandou por 15 dias uma greve que foi programada pelas Centrais Sindicais mas que, no final, só nós companheiros da antiga TELERJ de Campos a fizemos. Ele enfrentou a polícia, foi agredido, mas encerrou dignamente aquele movimento, com muitos companheiros cantando o Hino Nacional.
Começava surgir ali uma grande liderança sindical. Daquelas que brigava pelos outros, sem pedir nada para si. Devolveu aos empregados da TELERJ o respeito da Chefia e a valorização do seu trabalho. Marchou com outros sindicalistas, como Wilson, Eder, Solange, Abel, Eulálio, Paulinho Cachinguele, Walace, Rafanelle... criando o movimento Sindical de Campos, infelizmente hoje tão silencioso. Designado pelo então Prefeito da época, Arnaldo Viana, para presidir um Movimento para o Desenvolvimento de Campos, ele o fez com zelo e desapego. Quando percebeu que com a doença do Prefeito o movimento tinha se esvaziado, ele entregou a função, diga-se de passagem não remunerada, por não concordar com a influência da Primeira Dama.
Quando apresentávamos o Programa "Tribuna Livre" da Rádio Continental, ele organizou a Campanha "Em Busca da Luz", em benefício do então menino Wagner, filho do Toninho da CEF e outros portadores da retinose pigmentar. Além das doações feitas por ocasião de um show na Praça São Salvador, ele conseguiu através do Programa da Xuxa, a doação de 30 mil reais, o que possibilitou a ida à Cuba de Wagner, Ricardo Lavalhos e a destinação do saldo para outro portador da mesma deficiência também poder viajar para Cuba.
Quando foram colocadas em suas mãos duas vagas para Juiz Classista, ele ao invés de pegar uma para si, já que assim tinha sido disponibilizada, não o fêz. Ao contrário, entregou uma para Aquino, seu companheiro de Diretoria do Sindicato dos Telefônicos e a outra para o companheiro Eulálio.
De outra feita, apareceram várias oportunidades para Congressos Internacionais de Trabalhadores. O normal seria que ele viajasse. Mais uma vez, ele as repassou para outros companheiros. Numa dessas oportunidades, esse humilde bloguista, oriundo da Baixada da Égua -( leia-se Retiro, localidade próxima à Barra do Furado) teve a grande oportunidade de conhecer boa parte da Europa (Itália, Espanha, Portugal, Inglaterra, Grécia), além dos Estados Unidos e da Costa Rica, na América Central.
Ele sempre foi assim, não tinha vergonha de pedir. E sempre para os outros.Segundo ele o máximo que poderia acontecer seria um não. Em outra oportunidade, quando José de Castro era então Presidente da TELERJ, ele conseguiu articular a vinda, de forma pioneira, do Telefone Celular para Campos (aquele que era chamado de tijolão). Poucas cidades do interior o tinha. Campos foi a primeira.
Hoje, em sua visita, sabedor que ele atravessa, como muitos, por dificuldades financeiras, lembrei-me de que o cargo de Coordenador da Farmácia Popular do Governo do Estado em Campos, que lhe fora oferecido, foi indicado por ele para a filha de um companheiro de sindicato. Mais uma vez ele pensou nos outros. E é por isso que hoje, pensando em você, me motivei a voltar ao meu Blog para lhe prestar esta simples homenagem. Saiba meu companheiro que tem Alguém te observando e que vai te dar muita coisa, desta vez sem voce pedir, porque é fruto do seu merecimento, meu amigo e companheiro Antonio Roberto Chaves da Fonseca, meu caro DEGAS, tenho muito orgulho de ter voce como amigo.

sábado, 15 de setembro de 2007

sonho com um mundo encantado

Naquela tarde, Pedro Paulo chegou em casa em torno das 18.15, como sempre ocorria chegando da Fábrica de Tubos Nova Campos. Daquela vez não estava com aquela agilidade toda, numa autêntica olimpíada que aprimorava a cada dia - fazer três coisas ao mesmo tempo: folgar a gravata com a mão esquerda, desafivelar o cinto da calça, com a direita e com os pés, de forma alternada, jogar longe os seus sapatos.
Da cozinha, Beatriz, sua mulher gritava:
- Já chegou, Pedrinho, já vou levar sua bermuda.
Mas sua voz, já cansada pela vida, não chegou a ser claramente ouvida por Pedro Paulo. Uma forte dor lhe subia pelo braço esquerdo, precedida por uma forte dor de barriga além da sudorese que lhe molhava a testa e a camisa, que mal conseguira desabotoar. Ao chegar à sala com a bermuda na mão, Betriz se assustou!
- O que é isso, Pedrinho, você está tão pálido!
- Chame o Pronto Socorro, por favor, acho que estou morrendo!
Beatriz ficou por alguns segundos estatelada, com os braços estendidos. Como se fosse jogado por alguém, as bermudas lhe cairam das mãos. Olhando apavorada para aquele quadro, conseguiu chegar a um canto da sala, onde estava o seu telefone.
- Alô, Alô, é do Pronto Socorro. Por favor, meu marido esta sofrendo um enfarto, venham pelo amor de Deus socorrê-lo.
Colocou o telefone no gancho e correu de encontro ao marido, ajudando-lhe a folgar a gravata e a desabotoar a camisa, como se quisesse facilitar a penetração do ar. Mas o quadro de enfarto era realmente apavorante e ela não sabia o que fazer. 5 minutos já se passaram desde que tinha feita a ligação, pareciam uma eternidade. Olhando para o relógio que estava na parede da sala, mal percebeu 3 homens de branco que entraram em sua sala, dois deles empurando uma maca.
- Oh, graças a Deus, vocês chegaram!
- Minha senhora, se acalme já estamos levando o seu marido.
Como o casal participavam dos atendimentos do PSF (Programa da Saúde da Familia), do Governo Federal, Beatriz foi ao quarto, de onde voltou trazendo uma ficha, onde constavam os dados de Pedro, incluindo tipo sanguíneo, problemas alérgicos, enfim, um verdadeiro prontuário médico, onde sua saúde era acompanhada, de forma preventiva, pelo Programa a cargo da Prefeitura.
Pedro já não estava mais na sala, os paramédicos já o haviam levado para a ambulância, onde ela já estava ligado aos aparelhos de socorro, naquela verdadeira UTI móvel. Enquanto um recolhia seu sangue para os exames que seriam feitos ainda na viatura, o outro já estava ligando para o Hospital, passando todos os seus dados.
Sem trocar de roupa, Beatriz seguiu com eles na ambulância que com a sirene ligada, abria espaço por entre os carros daquela movimentada avenida. Não levou mais que 10 minutos, lá estavo o Hospital. O Pronto Socorro, nem parecia ser de um hospital municipal, muito pouco gente e nenhuma fila, apenas alguns seguranças e os atendentes . Na sua portaria uma equipe de Médicos e enfermeiros já o estava aguardando. Não demorou muito e Beatriz, foi barrada em uma porta de vidro, além da qual ela não poderia ir, por se tratar de da UTI para problemas cardíacos.
Ali, em frente à porta, ela ficou por um bom tempo, muito apreensiva. Afinal, aquele homem que tinha ultrapassado aquela porta era seu companheiro, por mais de 4o anos, e era mais que um marido - era seu amigo, uma das razões pela qual ainda tinha muita alegria em viver.
Pela sua cabeça, passaram os momentos felizes que eles juntos passaram, desde o tempo em que se conheceram na Faculdade de Economia, o casal de filhos que estavam trabalhando na Capital do Estado e os seus netos que tinham estado com eles no último fim de semana.
Enquanto aquele filme passava, seus olhos marejados, mal observaram que em pé à sua frente um homem de branco, com os seus cabelos grisalhos e uma máscara verde sobre o peito, a trazia de volta a realidade.
- A senhora é esposa dele?
- Sou sim, doutor, como ele está?
A rapidez no socorro, aliado ao fato de que ele já dera entrada no Hospital, com vários procedimentos médicos já realizados na UTI móvel, conseguiram contornar o enfarto.
- Fora de perigo, Dona Beatriz. Deve ficar uns dois dias em observação, depois ele vai ter alta.
O barulho do motor do carro, na varanda era tão forte, que parecia estar dentro da sala. Beatriz abriu seus olhos, como se não soubesse quem era e onde estava. Olhou para a televisão ligada a sua frente e a cena da sessão da tarde ajudou a voltar ao mundo do vivos.
Que droga, aquela feijoada que tinha comido no almoço a tinha feito cair em sono profundo.
- Marido, é você?!
Ainda bem que fora um sonho. Na realidade, seria um grande pesadelo.

sexta-feira, 14 de setembro de 2007

DITADURA NO PT

A exemplo do que acontece no Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Água e Saneamento (Sindicato da CEDAE), onde o grupo de Hélio Anomal, já está no poder há mais de 15 anos, tendo ele já ocupado 3 vezes a Presidência, fica a preocupação com o que vem ocorrendo no Partido dos Trabalhadores, onde ele é o Presidente.

quinta-feira, 13 de setembro de 2007

CONDENAÇÃO DO POVO BRASILEIRO

Passamos quase uma semana sem nos manifestarmos neste Blog. Estávamos atentos aos outros Blogs, acompanhando o julgamento do Renan Calheiros e qual seria o comportamento dos Senadores, inclusive do Partido dos Trabalhadores. Hoje já cientes do resultado, chegamos a seguinte conclusão:

A não ser que esse rebanho de denúncias, algumas delas confirmadas pela Polícia Federal, seja obra de ficção da Imprensa e da atual Oposição, a luta pelo Poder chegou ao fim do imaginário lógico em relação ao compromisso dos políticos com a opinião dos brasileiros e as obrigações éticas e morais para quem se lança na vida pública. Escondidos na votação secreta, fica a dúvida se os companheiros do PT votaram contra ou a favor de Renan e, com isso, só na dúvida, cada vez mais a imagem do Partido vai se enfraquecendo enquanto Partido de Esquerda, até bem poco tempo com um gosto refinado pela ética, pela moral e por dar bons exemplos para aqueles que nele apostaram. Fica parecendo que em um exame minucioso do nosso DNA, iriam aparecer pigmentos de direita, quantidade acentuada de neo-liberalismo e quase um diagnóstico acertado de que apenas não somos diferentes dos outros Partidos. Só falta nos convidar para pousarmos nus.

sexta-feira, 7 de setembro de 2007

INDEPENDÊNCIA OU CONTINUA NO MESMO

7 de Setembro. Já se passaram 185 anos que alguém montado em um cavalo disse: Independência ou Morte! Aí, indagamos, de quem, cara pálida, se até hoje estamos alimentando essa mesma Corte com nossas vidas? Nada mudou. Quem proclamou a independência também já havia tomado gosto em ter alguém para o servir, mesmo que fosse para selar o seu cavalo. E as outras coisas, quem as faria? A elite é a mesma, em nada mudou. Apenas as formas. No Império, era necessário alguém para manter acesas as luzes e a luxo dos palácios, enquanto nas sombras apenas a dor, a fome e a humilhação eram o ombro amigo, a consolar o povo na espera das sobras que cairiam de suas mesas.
Depois, a República. Agora sim! Nós poderíamos "escolher" quem iria mandar em nossas vidas. Muitos prometeram, se elegeram e passaram, mas pouca coisa cumpriram, porque alguém teria que continuar a manter a festa. E esse alguém era o Povo.
Essa mesma elite inventou que o Comunismo matava e comia criancinhas e com as suas sobras, fazia sabão. Como as Forças estavam com ela, pois só seus filhos chegavam aos postos de Comando, promoveram o silêncio de chumbo. Foram quase 25 anos. Ficamos impedidos até de pensar, pois a tortura e até a morte eram o castigo para quem ousasse. Mas, cansados, devolveram aos civis a Pátria Mãe Gentil. Nos enchemos de esperança. Viva a Democracia. Finalmente nós iríamos tomar conta desse Brasil varonil, mas p... nada mudou. Até o trabalhador chegou ao poder, mas para isso teve que se aliar a essa mesma elite, se não lá não chegava. Mas mesmo assim pouca coisa mudou. A economia, que maravilha. Está sob controle. Dos banqueiros. Voce coloca seu dinheiro no banco para ele ganhar mais dinheiro e eles te pagam menos de meio por cento de remuneração. Mas quando voce vai pedir o mesmo dinheiro emprestado eles cobram quase 15 por cento. Criaram as Agências Reguladores, que só regulam para o lado das Empresas, enquanto o consumidor paga cada vez mais caro a conta. As leis, também em nada mudaram. Os parlamentares parecem que só criam leis para se protegerem. Esse tal foro privilegiado é uma aberração legal, considerando que todos nós somos iguais perante a Lei. Mas não é assim. O lascado rouba uma galinha, entra na porrada e confessa até que participou do Mensalão. Já os privilegiados tem o seu fôro próprio para absolvê-los, através dos recursos nas leis que eles criaram para si mesmos, e do dinheiro fácil que oferece bons advogados. Na Reforma Política, o Poder é tão fascinante que iventaram a tal da reeleição. Porque 4 anos eram pouco.Mas também não resolveu. O governante passa o primeiro mandato pouco fazendo só pensando no segundo.E o segundo justificando o que não fez no primeiro.

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